VT de Santa Bárbara: o valor social do trabalho de magistrados e servidores

Por Ana Claudia de Siqueira

"O valor pago aos reclamantes anualmente é fruto do trabalho de todos nós". A frase, proferida por um dos oficiais de Justiça da unidade para exemplificar o valor social inestimável da atuação do Judiciário Trabalhista, arrancou aplausos dos demais servidores. Esta foi a tônica da reunião do Grupo Móvel da Presidência em Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP) ocorrida no último dia 7 de março, na Vara do Trabalho de Santa Bárbara D'Oeste.

O GMP constatou um alto índice de qualidade de vida no trabalho na VT, identificado a partir da dinâmica aplicada pela psicóloga da equipe, Juliana Barros de Oliveira. "O bom relacionamento interpessoal, o clima de solidariedade entre colegas e o compromisso com os resultados do trabalho favorecem a qualidade de vida dos servidores da unidade", avaliou Juliana. Esta imagem que se projeta da própria função e o amor pela profissão contribuem para a construção de um ambiente saudável.

PJe-JT

Assim como o Fórum Trabalhista de Americana, a VT de Santa Bárbara integra o rol de varas-madrinhas do Processo Judicial Eletrônico (PJe-JT) na 15ª Região, que irão ensinar servidores de outras varas, visando o plano de implantação do sistema previsto para este ano.

Aprimorando o conhecimento

A VT está completando 20 anos em 2013, tendo sido inaugurada em 27 de agosto de 1993. Neste mesmo ano já estavam lá os servidores Carlos Adilson Bigoto, Valéria Ferreira e Maria José Dainez. Além de também completarem 20 anos de Justiça do Trabalho, os três somam muitos pontos em comum. A dedicação pessoal aos estudos, por meio de apostilas, levou o trio à aprovação no concurso público. Todos têm formação acadêmica em outras áreas – Adilson é formado em Agronomia (Universidade Federal de Londrina/ 1983), Valéria em Arquitetura (PUC-Campinas/ 1986) e Maria José em Matemática (Mogi Mirim/ 1984) – mas, o trabalho no Poder Judiciário potencializou o interesse pelo conhecimento jurídico, incentivado também pelo então juiz e hoje desembargador da 15ª, Luiz Roberto Nunes. Maria José foi a primeira a procurar o Curso de Direito, que concluiu em 1999, na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Valéria e Adilson seguiram o mesmo caminho, diplomando-se em 2003 e 2005, respectivamente, também na UNIMEP. Adilson fez ainda especialização em Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho, que segundo ele, agregou muito valor à sua atuação na VT. Valéria e Maria José compartilham a opinião quanto ao investimento na carreira, considerado fundamental para o aprimoramento profissional e intelectual. Com relação ao trabalho na 1ª instância, os três são unânimes também. "Gostamos muito do que fazemos".

Santa Bárbara foi fundada por uma

mulher no início do século XIX

No início do século XIX, sesmarias começaram a ser vendidas ao redor de uma estrada construída para fazer a ligação entre Campinas a Piracicaba (naquela época, Vila de São Carlos de Campinas e Freguesia de Santo Antônio de Piracicaba). As terras, próximas de cursos d'água, eram ideais para plantação de cana-de-açúcar. Margarida da Graça Martins e sua família estabeleceram-se naquela região em 1817, formando engenho e patrocinando a construção de uma capela em homenagem a Santa Bárbara, o que originou a fundação da cidade, em 4 de dezembro de 1818.

Da mesma forma que Americana, Santa Bárbara D'Oeste recebeu influência norte-americana, com a chegada dos imigrantes, em 1867, após a Guerra de Secessão, contribuindo com novas tecnologias, principalmente agrárias, que impulsionaram a agricultura. Em 1877, a produção de açúcar ganhou novo impulso, sendo realizada em grande escala. Outras usinas foram fundadas na região e no início do século XX, Santa Bárbara já era conhecida como a "Pérola Açucareira".

Com mais de 108 mil habitantes (Censo IBGE/2010), o município ainda mantém a produção agrícola e açucareira como referência, contudo transformou-se em um importante polo industrial e comercial, que hoje integra a Região Metropolitana de Campinas. Ao lado de Americana, Nova Odessa, Hortolândia e Sumaré, responde pela maior parte da produção de tecidos do país. (Com informações do IBGE/ Cidades e Prefeitura Municipal de Santa Bárbara D'Oeste: www.santabarbara.sp.gov.br)