Desembargadores Fernando Borges e Eduardo Zanella participam de homenagem à Ponte Preta, primeira democracia racial do futebol brasileiro
Primeira democracia racial do futebol brasileiro, a Associação Atlética Ponte Preta foi homenageada, na terça-feira (15/8), com o lançamento de um selo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Com a imagem de Miguel do Carmo, jogador negro do elenco inicial pontepretano, em 1900, o selo integra as comemorações dos 117 anos de fundação do clube. O evento contou com a participação do presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desembargador Fernando da Silva Borges, que compôs a mesa de abertura do evento, e do presidente do Comitê Regional de Erradicação do Trabalho Escravo, Tráfico de Pessoas e Discriminação da Justiça do Trabalho da 15ª Região, desembargador Eduardo Benedito de Oliveira Zanella.
Para uma plateia formada por membros da família de Miguel do Carmo - entre eles o filho Geraldo do Carmo -, integrantes de movimentos sociais, autoridades e torcedores, o presidente do TRT-15 destacou algumas das ações realizadas pelo Tribunal no combate às discriminações e na defesa da igualdade de direitos. "É uma grande satisfação participar desta justa homenagem. Nós que, no nosso Tribunal, fomos os primeiros a implantar as cotas em concursos, que mantemos o Comitê tão bem conduzido pelo desembargador Zanella", ressaltou.
O vereador Carlos Roberto de Oliveira, o Carlão do PT, um dos responsáveis pelo lançamento do selo, falou sobre a importância da iniciativa para que a população de Campinas conheça a história dos mitos e dos heróis negros da cidade. "O selo e o projeto Ruas de Histórias Negras têm como objetivo contribuir para a implementação da Lei 10.639/2003, que trata da obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas nossas escolas", destacou.
Pioneirismo da Ponte
Responsável pela pesquisa que deu origem ao selo, o historiador José Moraes dos Santos Neto afirmou que, embora haja controvérsias, não resta a menor dúvida de que a Ponte Preta foi o primeiro clube de futebol a unir brancos, negros, brasileiros e estrangeiros. "Embora outros clubes reivindiquem esse pioneirismo, como o Vasco da Gama, a Ponte foi a primeira democracia racial do futebol brasileiro. Os outros clubes apenas divulgaram essa informação antes da Ponte", disse.
Também compuseram a mesa de abertura do evento, o vereador Carlos Roberto de Oliveira, o Carlão do PT, o presidente de honra e o diretor financeiro da Ponte Preta, respectivamente Sergio Carnielli e Gustavo Valio, a gerente da Agência Filatélica de Campinas, Marta Mariana Vieira, e o coronel Isidro Suita Martinez, representante da Federação Paulista de Futebol.
Durante o lançamento do selo, os participantes do evento ouviram cantigas, as palavras do presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas, Tagino Alves dos Santos - um dos organizadores do evento, da comendadora Edna Almeida Lourenço, além de apresentações musicais do Grupo da Serrinha e de representantes de torcidas organizadas.
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